Gastronomia

Como harmonizar vinho e charuto

Vinho e charuto não só combinam, mas a harmonização – quando acertada – é uma das melhores, por sinal. As regras de harmonização são as mesmas que regem o casamento entre bebida e comida: nenhum dos dois elementos deve se sobrepor a outro, mas ambos precisam sentar à mesa e conversar de igual para igual.

Assim como a comida, o tabaco varia em termos de sabor, corpo e intensidade. Para uma experiência incrível é preciso escolher vinhos e charutos com características parecidas. Charutos geralmente têm sabores ricos e intensos e, por isso, é recomendado optar por rótulos mais encorpados, como tintos robustos, como Cabernet Sauvignon, Malbec, Syrah ou Bordeaux.

Rótulos com taninos firmes e sabores intensos, e passo por madeira, tendem a combinar bem com a fumaça e a intensidade do tabaco. Já charutos mais suaves podem ser harmonizados com vinhos tintos mais leves, como um Pinot Noir.

O mundo dos charutos e o dos vinhos têm muitas coisas em comum. Capa e capote, isto é, as folhas que revestem o miolo – que são os três elementos que compõem o charuto – e o terroir são os ingredientes que determinam as características finais do tabaco. Assim como no vinho, uva, solo, clima e amadurecimento influenciam as qualidades da bebida.

Charuto tem também aromas primários, secundários e terciários, igualmente ao vinho. E da mesma forma que a bebida tem diferentes níveis de intensidade de sabor e taninos (no caso dos tintos), o charuto apresenta cinco tipos de fortaleza: suave, suave média, média, suave forte e forte.

A dica para os iniciantes neste mundo é começar por charutos de fortaleza suave, assim como o ideal para quem está iniciando no mundo dos vinhos é apostar em rótulos leves, como um Pinot Noir, por exemplo.

Durante uma degustação harmonizada de vinho e charuto é importante sentir aromas e sabores do tabaco, da bebida e dos dois juntos, exatamente como ocorre com a comida. Os aromas são percebidos por via retronasal, já os sabores pelas papilas gustativas.

Como o charuto aporta calor à boca e o vinho é frio, o recomendado é degustar a bebida depois das baforadas de modo que o líquido alivie a agressão da fumaça e refresque o paladar. Ou seja, o vinho ameniza o calor charuto, enquanto o mesmo calor potencializa a volatilidade de aromas e sabores da bebida. O ideal é dar de duas a três baforadas por minuto.

De maneira geral, a intensidade do tabaco pede vinhos encorpados e com teor alcoólico elevado. Dentre todas as possibilidades de harmonização, aguardentes e vinhos fortificados com altos níveis de doçura, como os Portos, se saem muito bem.

Ficou curioso em experimentar uma combinação dessas? Confira a seguir dicas de rótulos para iniciar nesse mundo. Abra um vinho, acenda um charuto e seja feliz!

CR&F Reserva

CR&F Reserva — Foto: Divulgação

Aguardente vínica tradicional de Portugal excelente para finalizar refeições ou para acompanhar pratos com ostras quentes. No nariz, apresenta aromas complexos de madeira nobre e, em boca, tem sabores que remetem a cítricos, chocolate preto, frutos secos, caramelo e mostarda. Envelhece no mínimo, 3 anos em barrica de carvalho francês.

CR&F Reserva Extra

CR&F Reserva Extra — Foto: Divulgação

Essa aguardente vínica extremamente especial foi lançada em 1980 e tem uma história curiosa. Havia um grande tonel (de 5 mil litros) reservado apenas para os amigos da família. Porém, durante anos ele ficou esquecido, até que em um jantar foi “redescoberto”. Percebeu-se então que o tempo havia amadurecido o líquido e transformado os aromas e sabores em únicos. Todas as garrafas são numeradas e todos os anos é lançada uma edição limitada.

Produzida na região do Douro, em Portugal (a mesma do vinho do Porto), apresenta aromas delicados de madeira nobre. Em boca, tem sabores que remetem à madeira e frutas secas. Amadurece no mínimo 5 anos em barrica de carvalho francês.

Justino’s 3 anos Seco

Justino’s 3 anos Seco — Foto: Divulgação

Elaborado na Ilha da Madeira, em Portugal, este vinho fortificado é complexo e elegante, com aromas complexos de evolução, frutas secas, caramelo e figo seco. Amadurece em barricas por, no mínimo, 3 anos e é ideal para entradas e aperitivos, além de sobremesas de frutas secas. Está disponível também na versão doce.

Justino’s 10 anos

Justino’s 10 anos — Foto: Divulgação

Equilibrado e persistente, este vinho do Porto apresenta aromas complexos e delicados de frutas secas e passas. No paladar, é doce e tem excelente acidez. O lote amadurece em carvalho por, em média, 10 anos. Ideal para acompanhar frutas secas, passas e queijos.

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